Os empresários do setor de tecnologia limpa continuam otimistas com as perspectivas de crescimento dos seus negócios nos próximos 12 meses, segundo o International Business Report (IBR) 2012 da Grant Thornton International. A pesquisa global revelou que o segmento está expandindo rapidamente apesar das incertezas econômicas mundiais persistirem, como a crise da zona do euro.
O IBR revelou que 68% dos executivos do setor de tecnologia limpa esperam aumentar as receitas e 62% preveem elevar os lucros. “ O aumento da lucratividade está muito associada à queda do preço dos equipamentos, já que com a crise nos mercados maduros vários projetos foram postergados, ou mesmo cancelados”, segundo Paulo Sergio Dortas da Grant Thornton. A pesquisa mostrou também que os líderes pretendem investir no crescimento de longo prazo do seu negócio. Isso porque, 52% dos entrevistados disseram esperar gastar mais em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e 51% planejam investir em máquinas e equipamentos.
As perspectivas positivas são explicadas pelas taxas de crescimento do setor nos anos recentes. De acordo com o relatório WWF report[1], o segmento de tecnologia limpa cresceu globalmente 31% por ano em 2009 e 2010. Apesar de ter reduzido o ritmo para 10% em 2011, ainda sim a taxa permanece bem acima das taxas médias de crescimento do PIB mundial. Na China, o setor cresceu de $17.5 bilhões para $71.3 bilhões entre 2008 e 2011, um aumento de 77%. Nos Estados Unidos, o setor expandiu 17% entre 2010 e para $46.3 bilhões em 2011.
“A situação do Brasil é bastante similar, com um crescimento expressivo dos novos investimentos. Um dos maiores entraves no mercado local para o aumento de investimentos em tecnologia eólica e solar são os investimentos governamentais em usinas hidráulicas além da queda do preço da energia elétrica no mercado atacadista”, diz Paulo Sergio Dortas, líder da área de auditoria, tax e advisory da Grant Thornton Brasil.
O ponto citado pelos executivos como maior restrição ao crescimento do setor é a excessiva burocracia e regulação (41%). A falta de mão de obra qualificada também foi mencionada por 38% dos executivos do segmento, 10 pontos percentuais a mais que a média de todos os setores pesquisados. A escassez de talentos explica porque 79% dos empresários esperam oferecer aumento de salários nos próximos 12 meses. “A falta de mão especializada é um entrave não só para a indústria de cleantech, mas um problema generalizado no Brasil. Assim como outras indústrias, o setor tem que investir na identificação, formação e retenção de talentos”, avalia Dortas.
Fonte: Jornal Dia Dia.
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