O que tem comum velhíssimas profissões como ourives, alfaiate e barbeiro? As novas tecnologias. Num atelier, o desenho de cada joia começa manualmente, mas é no computador que o trabalho dos designers ganha três dimensões. O programa cria uma planta que vai virar o molde da joia propriamente dita.
O trabalho dos ourives une tradição e modernidade: Nilton Macedo usa ferramentas clássicas da profissão, algumas com mais de 200 anos e, ao mesmo tempo, pode utilizar um microscópio e uma caneta especial para fazer solda a laser de alta precisão.
Mas na hora de dar o acabamento numa joia de luxo, é das mãos desses artesãos que sai o polimento mais esmerado, o brilho mais atraente. Não há tecnologia que substitua a intuição e o sentimento de quem tem anos de prática. “O toque final é justamente essa interpretação do ourives do desenho. Nas mãos dele vira obra de arte”, explica o diretor de criação, Lisht Marinho.
“A gente procura sempre juntar as duas técnicas, tanto as mais antigas e as mais modernas que vem aparecendo. Porque o futuro depende também do passado”, fala o ourives Nilton.
David Ceglio é alfaiate e deixou de lado o velho bloquinho na hora de tirar medidas. Anota tudo no tablet. A profissão pode ser antiga, o ofício artesanal, mas a tecnologia tem feito a diferença.
“Nós fazemos um arquivo com todas as medidas, de camisa, calça, colete, e quando o cliente for numa loja já temos tudo, é passado por email e aí evita de ficar guardando arquivo enorme em todas as lojas”, fala o alfaiate.
A cadeira é clássica, mas, numa barbearia, os antigos instrumentos também não têm mais vez. A navalha tem lâminas descartáveis. As toalhas, que antigamente eram fervidas, hoje entram numa pequena estufa digital e saem quentinhas e esterilizadas para o rosto do freguês. “Há muito tempo atrás era mais visível salões, mas agora estão inovando e como os homens estão meio largados no mercado e aí fizemos um espaço especialmente para o público masculino”, fala o barbeiro Bruno de Lira.
Fonte: Jornal Floripa.
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