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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Biocombustíveis de Aviação: uma nova cadeia produtiva em favor da sustentabilidade

No Brasil, a aviação movimenta por ano R$ 32 bilhões, o equivalente a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, e esse mercado tem crescido acima da média mundial.

O principal combustível de aviação é o querosene derivado do petróleo. Entretanto, o setor dos transportes aéreos está buscando alternativas renováveis para os combustíveis fósseis, de forma a se diferenciar frente aos concorrentes e antever requisitos de mitigação de emissões de dióxido de carbono.

Recentemente, a ASTM (American Society for Testing and Materials) aprovou o uso de combustíveis renováveis em aviões comerciais e militares, permitindo a mistura de até 50% de combustível sintético obtido de óleos vegetais ou de gorduras animais por hidroprocessamento com querosene convencional comercial e militar.

Além do hidroprocessamento de óleos e gorduras, existem outras rotas tecnológicas para produção de biocombustíveis para aviação, como a conversão direta de açúcares em hidrocarbonetos e a síntese Fischer-Tropsch a partir de gás de síntese obtido de biomassa.

Entretanto, essas rotas tecnológicas necessitam de maior desenvolvimento para que sejam adotadas industrialmente, tanto em relação a questões tecnológicas visando a diminuir os custos dos biocombustíveis de aviação, como em questões relacionadas com disponibilidade e logística da biomassa necessárias para produção em escala industrial. Desse modo, a produção de combustíveis renováveis de aviação obtidos a partir de biomassa é de grande interesse para a Embrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com o objetivo de promover discussões e estabelecer parcerias para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas com esse tema, a Embrapa Agroenergia promoverá na tarde de 13/9 e em todo o dia 14/9, em Brasília (DF), o Simpósio Nacional de Biocombustíveis de Aviação (SNBA).

Esse Simpósio visa a evidenciar as oportunidades e os desafios técnico-científicos para o desenvolvimento dos biocombustíveis de aviação, debatendo as principais tecnologias em desenvolvimento nessa área, bem como as estratégias necessárias para que esses biocombustíveis sejam produzidos em escala industrial. O público-alvo inclui pesquisadores, profissionais de empresas, universidades, associações e sociedades científicas e setoriais, assim como agências de fomento e entidades ministeriais envolvidas com o tema. O SNBA conta com o apoio do MAPA, do CNPq e de algumas empresas privadas.

Fonte: Expresso MT.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

"No futuro, tecnologia substituirá 80% dos médicos", diz cofundador da Sun

Vinod Kholsa, investidor de origem indiana do Vale do Silício e cofundador da Sun Microsystems, afirmou na última semana, durante uma conferência de inovação tecnológica na área da medicina em São Francisco, Estados Unidos, que a tecnologia irá substituir aproximadamente 80% de todos os médicos espalhados ao redor do mundo.

Kholsa foi o cofundador da Sun Microsystems e fez seu legado como um dos principais investidores durante o boom da internet na década de 1990, com suas empresas de gerenciamento de redes.

De acordo com o blog Health Care, em sua apresentação, o investidor afirmou que acredita que a tradição médica foi a responsável por atolar os médicos em práticas similares ao vodu. Além disso, Kholsa afirmou que as máquinas, impulsionadas por grandes conjuntos de dados e poder de cálculos, não só formariam uma opção mais barata, precisa e objetiva, mas muito melhor em comparação aos custos de um médico médio.

"Eventualmente, nós não precisamos de um médico", ressalou o investidor em sua apresentação.

Quando Kholsa confrontou o público perguntando se alguém tinha a capacidade de discordar dele, toda a audiência do evento ficou em silêncio. Ao final de sua apresentação, muitos profissionais da área começaram a enviar suas críticas ao projeto do investidor através de blogs e do Twitter.

Segundo o Venture Beat, Vinod Kholsa ainda irritou os médicos quando afirmou que a ruptura na área da saúde é suscetível de ser conduzida por empresários fora da indústria, e não por especialistas da área médica. As observações feitas por Kholsa sobre o setor não são nenhuma novidade, já que no começo deste ano ele escreveu um artigo, intitulado "Do we need doctors or algorithms?' (Precisamos de médicos ou de algoritmos?, em tradução livre), no qual defende a importância da inteligência artificial no futuro da medicina.

As críticas aos comentários de Kholsa foram de encontro à questão do Big Data da saúde e, principalmente, ao fato de que os mecanismos eletrônicos do setor poderiam ser criados e conduzidos por empresas e pessoas sem especialização na área médica. Especialistas afirmam que a experiência e o conhecimento médico são fundamentais para a condução de projetos de tecnologia médica.

Acredita-se que Vinod Kholsa utilizou o argumento da falta de necessidade de médicos para o desenvolvimento de tecnologias para o setor como uma hipérbole, visando chamar a atenção para sua defesa sobre o futuro da medicina. Outros críticos ainda afirmaram que Kholsa tem razão quando defende uma grande modificação no sistema médico mundial.

E ainda durante seu discurso, Vinod Kholsa afirmou que está investindo em produtos e tecnologias para a área médica como, por exemplo, o investimento de US$ 1 milhão (cerca de R$ 2 milhões) no Cellscope, acessório para o iPhone que transforma sua câmera em um microscópio para diagnosticar infecções de ouvido.

Fonte: Portal AZ.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

País tem desafio de erradicar pobreza e produzir ciência e tecnologia

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (03/09) que o Brasil tem o desafio de erradicar a pobreza e, ao mesmo tempo, produzir ciência e tecnologia, agregando valor à produção. “Esse é o caminho para o Brasil chegar à economia do conhecimento e se encaminhar cada vez mais para ser uma grande nação”, ressaltou.

Ela destacou ainda, no programa semanal Café com a Presidenta, que a previsão de investimentos chega a R$ 500 milhões voltados para o estímulo ao desenvolvimento e à produção de softwares no país. Segundo Dilma, o Brasil conta com quase nove mil empresas que desenvolvem softwares, mas o objetivo do governo é ampliar esse número. “Por isso, vamos investir nas pequenas empresas de tecnologia, que geram muitos empregos – principalmente contando com jovens que têm uma imensa capacidade de criar. Uma das medidas mais importantes desse programa é que nós vamos oferecer cursos para 50 mil trabalhadores do setor de tecnologia da informação.”

A presidente também destacou medidas lançadas dentro do programa de política industrial Brasil Maior para fortalecer e ampliar a indústria de tecnologia da informação. Uma das ações trata da redução do valor que as empresas de softwares e de tecnologia da informação pagam à Previdência (desoneração da folha de pagamento).

“Ela é importante porque reduz o custo do trabalho e aumenta a competitividade das empresas”, disse. “Nós também reduzimos os impostos para as empresas que queiram produzir semicondutores e tablets no Brasil”, completou.

Dilma comentou os resultados da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), ocorrida na semana passada no Rio de Janeiro. Ao todo, mais de 18 milhões de alunos de 44 mil escolas públicas de todo o país participaram da competição – 500 deles foram premiados.

“A matemática é o primeiro passo para o desenvolvimento científico e para a inovação tecnológica, porque é a base de todas as ciências e é fundamental para o aprendizado das engenharias, da física, da tecnologia da informação, da ciência dos computadores, por exemplo. A matemática ajuda a despertar o interesse dos nossos jovens pela ciência e pelo conhecimento.”

Veja, a seguir, o vídeo com o Café com a Presidenta:



Fonte: SEESP.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ciência é peça-chave para o desenvolvimento sustentável

Para que o desenvolvimento global seja possível, a ciência e os cientistas precisam atingir um grau maior de influência em todo o mundo, afirmou Michael Clegg, presidente da Rede Interamericana das Academias de Ciência (Ianas, na sigla em inglês), durante a abertura do 1º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, realizado na sede da FAPESP entre 29 e 31 de agosto.

A humanidade, afirmou Clegg, enfrentará grandes desafios no século 21, como mudanças climáticas, doenças emergentes, crescimento populacional e as consequentes dificuldades no abastecimento de alimentos, água e energia.

“É crucial ouvir a voz da ciência ao tratar de problemas mundiais, pois esse é o meio mais bem-sucedido de criação do conhecimento e lida exclusivamente com argumentos baseados em evidências”, disse.

Embora muitos problemas sejam globais, de acordo com Clegg, a adoção de soluções deve ocorrer no âmbito nacional e, portanto, as academias de ciência locais cumprem um papel importante.

“São instituições livres de interferência política, com credibilidade para informar o público e os tomadores de decisão sobre problemas iminentes e potenciais soluções”, avaliou.

Clegg propôs a adoção de uma agenda comum para as academias de ciência, que inclui itens como fornecer conselhos sobre ciência e tecnologia para os governantes, encorajar novos centros de excelência nas áreas de interesse das nações e promover a evolução dos programas educacionais.

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura do encontro Marco Antonio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), e Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A FAPESP foi representada por Celso Lafer, presidente, José Arana Varela, diretor-presidente, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico.

O Fórum Mundial da Ciência 2013 ocorrerá no Rio de Janeiro, com organização da Academia de Ciências da Hungria, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o International Council for Science (ICSU), a Academy of Sciences for the Developing World (TWAS), a European Academies Science Advisory Council (EASAC), a American Association for the Advancement of Science (AAAS) e a ABC. O Fórum tem a missão de promover o debate entre comunidade científica e sociedade.

“A realização do Fórum Mundial da Ciência no Brasil em 2013 dará grande visibilidade à ciência brasileira. É um indício de que conquistamos legitimidade e uma forte presença internacional”, disse Palis.

Nader destacou o trabalho de todas as academias de ciência da América Latina para que o fórum seja realizado fora da Hungria pela primeira vez. “Como esse evento é voltado a uma plateia mais restrita, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação resolveu organizar encontros preparatórios para fazer a discussão sobre a ciência reverberar pelo país”, disse.

Além de São Paulo, serão realizados ao longo do ano encontros em Belo Horizonte, Salvador, Recife, Manaus, Porto Alegre e Brasília. Ao fim do debate nacional, as proposições e principais conclusões sobre o papel da ciência no desenvolvimento global serão consolidadas em um documento que será divulgado antes da reunião internacional no Rio de Janeiro em novembro de 2013.

Evolução da ciência brasileira
Brito Cruz ressaltou a satisfação da FAPESP em dar início às discussões sobre o Fórum Mundial da Ciência no Brasil. “A escolha do país vem em reconhecimento de nossa evolução no que diz respeito à ciência e tecnologia, notável nos últimos anos. Uma das mudanças importantes tem sido o aumento do papel das empresas na atividade científica”, ressaltou.

O crescimento da produção brasileira no setor também foi destacado pelo ministro Raupp. Segundo ele, os gastos do país com pesquisa e desenvolvimento cresceram 85% nos últimos dez anos, embora ainda estejam aquém do ideal.

O número de grupos de pesquisa registrados no CNPq, disse o ministro, saltou de 12 mil em 2000 para mais de 27 mil em 2012 – aumento de 134%. O número de artigos publicados em revistas internacionais passou de 3,5 mil em 1990 (0,63% da produção científica mundial) para 32,1 mil em 2009 (2,69% da produção mundial).

De acordo com Raupp, a expectativa é que o Fórum Mundial contribua para acelerar a corrida do país em direção ao desenvolvimento sustentado. “O Brasil está rumando para a nova economia, cujos pré-requisitos são competitividade e sustentabilidade, que só se alcança com o uso intensivo do conhecimento científico e tecnológico.”

Fonte: Agência Fapesp.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Produção Científica em Acesso Aberto

Por meio das ações e projetos desenvolvidos pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), em parceria com institutos de ensino e pesquisa nacionais, estão à disposição do público, na Internet, mais de 300 mil documentos científicos, em texto completo, de acesso aberto.

Esse total é o somatório dos documentos presentes em repositórios institucionais que armazenam a produção científica dos pesquisadores, cerca de 117 mil, e os registros presentes na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), cerca de 198 mil entre teses e dissertações. Os dados são de agosto de 2012 e os documentos podem ser acessados e baixados gratuitamente.

A informação é da coordenadora técnica do Laboratório de Metodologias de Tratamento e Disseminação de Informação do Instituto, Bianca Amaro, lembrando que o Ibict apoia o desenvolvimento, assim como oferece suporte a essas instituições, sendo, hoje, 97 instituições parceiras do projeto BDTD e 40 instituições do projeto repositórios institucionais.

"Nós parabenizamos as instituições parceiras no empenho em organizar e disponibilizar a produção científica de seus pesquisadores. Com estas iniciativas, poderemos obter um retrato da produção científica nacional, além de tornar a comunicação científica mais fluída, contribuindo para o avanço da ciência no Brasil", ressaltou.

Bianca Amaro explicou que os esforços são contínuos e a tendência é que o número de documentos em acesso aberto cresça de forma vertiginosa e que outras instituições de ensino e pesquisa nacionais venham a aderir e a contribuir com as iniciativas relacionadas ao movimento mundial de acesso aberto à informação científica, por meio da implantação de repositórios institucionais, criação de bibliotecas digitais de teses e dissertações, como também de revistas científicas eletrônicas.

Fonte: Jornal da Ciência.

domingo, 2 de setembro de 2012

Eletrodo desenvolvido no Brasil reduz custo de exame da retina

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram a versão nacional de um eletrodo usado na eletrorretinografia (ERG), exame que permite avaliar respostas elétricas da retina a estímulos luminosos e ajuda no diagnóstico de doenças oculares.

Os resultados do trabalho foram apresentados durante a 27ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em Águas de Lindoia entre os dias 22 e 25 de agosto.

“O Brasil atualmente importa esses eletrodos, que são descartáveis e custam entre US$ 30 e US$ 40 cada. Desenvolvemos um produto similar, mas com preço quatro vezes menor”, contou Adriana Berezovsky, coordenadora da pesquisa financiada pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

O eletrodo tem cerca de 3 centímetros e, como a versão importada, é feito de fibra de tecido com um filamento de prata. Durante a realização do exame, é introduzido no saco conjuntival da pálpebra inferior e permite captar os sinais elétricos emitidos pelas células da retina em resposta aos estímulos luminosos disparados pelo aparelho de ERG.

“Não há necessidade de anestesia. O paciente sente apenas um leve incômodo durante a colocação”, afirmou Berezovsky.

A retina humana possui dois tipos de fotorreceptores, que são células responsáveis por captar a luz e retransmitir o impulso elétrico para outras células e para o nervo óptico.

“Os bastonetes são responsáveis pela visão noturna e os cones, pela diurna. Mas algumas doenças causam a morte dessas células. Isso pode levar, por exemplo, à cegueira noturna ou à perda de visão periférica”, explicou a pesquisadora.

O ERG permite avaliar o funcionamento dos cones e dos bastonetes e, segundo Berezovsky, pode ajudar o oftalmologista a identificar problemas que, muitas vezes, precedem alterações perceptíveis no exame de fundo de olho, no qual o médico visualiza as estruturas que formam a retina.

Validação
Os pesquisadores testaram o eletrodo nacional em um grupo de 50 voluntários saudáveis e compararam os resultados com o de exames feitos com o equivalente importado. O desempenho de ambos foi similar. Os dados foram publicados nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, em 2008.

No ano seguinte, com auxílio da FAPESP por meio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI/Nuplitec), a equipe entrou com pedido para patentear o eletrodo, que ainda está pendente.

Desde então, os pesquisadores têm comparado o desempenho da versão nacional e da importada em voluntários com doenças na retina. “Já testamos em cerca de 50 pacientes e tivemos bons resultados, mas ainda precisamos ampliar a amostra”, disse Berezovsky.

Os estudos têm sido feitos com doenças hereditárias como retinose pigmentária, distrofia de cones e doença de Stargardt. Os resultados preliminares foram apresentados no congresso da Association for Research in Vision and Ophthalmology (ARVO), o mais importante da área.

O eletrodo também tem sido testado para uso veterinário. O funcionamento da versão nacional foi comparado com o da versão importada em dez cães saudáveis da raça yorkshire terrier, com resultados parecidos.

“Os dados já foram submetidos para publicação em revista internacional. Agora pretendemos testar o eletrodo em cães com doenças na retina”, disse Berezovsky.

A equipe pretende também aperfeiçoar o modelo desenvolvido no Brasil. “Estamos estudando o tamanho e o material, para melhor adequar o eletrodo às necessidades do país”, disse.

Fonte: Agência Fapesp.

sábado, 1 de setembro de 2012

Conceito de "água virtual" deve nortear consumo sustentável

Em Estocolmo inicia-se a Semana Mundial da Água. Especialistas sugerem modelo global de sustentabilidade para agricultura, considerando o enorme volume de água "invisível", exportado junto com alimentos. "Água é vida. É o coração da economia verde. Por isso, temos que falar sobre eficiência no uso da água", enfatiza Kenza Robinson. Ela é a secretária das Nações Unidas para Água e trabalha no Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Undesa).

A água é usada em todos os lugares. No setor energético, a força da água é encarada como um meio para se produzir energia sem prejuízo à natureza, e sem acelerar a mudança climática global. A indústria precisa de grande quantidade de água para diversos produtos. Até mesmo na produção de um dos microchips usados no computador, são necessários 32 l de água, para um automóvel, a média é de 400 mil l.

A grande reciclagem
Porém, o setor que mais necessita de água é a agricultura, consumindo 70% dos recursos hídricos do mundo. A água não é usada somente na produção de alimentos, mas também nas culturas destinadas a atender à crescente demanda por biocombustíveis e rações de animais. Os recursos globais de água são parte de um gigantesco processo de reciclagem; nunca se produz mais água, a quantidade disponível é sempre a mesma.

Portanto, a questão se resume a quão eficiente é o uso da água, aponta Benedikt Haerlin, da Fundação para o Futuro da Agricultura. "Na verdade, o ponto decisivo é a forma como mantemos a água no solo e nas plantas, em todo o ecossistema, antes de ela ser evaporada e o ciclo se reiniciar", afirma o jornalista e especialista em Agricultura em entrevista à Deutsche Welle. Haerlin é também integrante da Comissão Internacional para o Futuro da Alimentação.

Dimensão virtual
Haerlin assegura que, com solos saudáveis e agricultura sustentável, também seria possível alimentar de forma saudável a população mundial crescente. Então sustentabilidade significa também incluir nos cálculos a chamada "água virtual". Ela é a que está incluída em cada produto e também é exportada, invisivelmente, junto com os produtos agrícolas.

Portanto, numa região seca como a Somália, por exemplo, são necessários 18 mil l de água para produzir 1 kg de trigo. Na Eslováquia, essa mesma quantidade é colhida com 465 l. Assim, de acordo com Haerlin, trata-se de adaptar o sistema total de produção alimentar à quantidade de água disponível no local onde se produz.

"Por exemplo, a Alemanha importa água de regiões nas quais esse recurso é muito mais restrito do que aqui para nós, por exemplo, na forma de soja." Pois, como lembra Haerlin, a produção dessa leguminosa consome um grande volume de líquido. "No fundo, o comércio dessa água virtual deve ser direcionado para onde falta água, não para onde há mais dinheiro."

Ajuste da agricultura
Segundo Haerlin, a adoção desta ideia significaria o abandono das grandes monoculturas, que causam impacto negativo ao ciclo global da água. Em comparação com cultivos mistos, pouca água é armazenada no solo de monoculturas. Além disso, muitas monoculturas dependem de sistemas artificiais de irrigação. Por isso, seria necessário adaptar o sistema global de produção de alimentos à água disponível em cada região.

Acima de tudo, de acordo com Kenza Robinson, da ONU, é necessário se pensar nos recursos hídricos numa perspectiva de longo prazo, do mesmo modo como hoje são encarados outros recursos por exemplo, os combustíveis fósseis. "A água é um direito humano, está acima de todos os outros recursos. Ela tem uma posição especial e por isso precisamos encará-la de forma global". A World Water Week, em Estocolmo, vai de 26 a 31 de agosto.

Fonte: Terra.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Energia para uma economia verde

* Tânia Cosentino

Passam-se décadas, e o desenvolvimento sustentável continua sendo um dos assuntos mais comentados em conferências, pelos meios de comunicação, pelos empresários, pelo mundo. Após anos de tímidas discussões, agora o tema tem se tornado recorrente entre autoridades e organizações. Nos últimos anos, amadurecemos vários conceitos, aprofundamos estudos, tecnologias e aprendemos várias lições. A maior delas é que, se realmente queremos ter uma economia verde, a discussão social não pode ser separada da ambiental. O desenvolvimento econômico, somente para acúmulo de riquezas, se tornou totalmente anacrônico. A sustentabilidade agora é uma meta que deve ser buscada por todos, tanto organizações privadas quanto públicas.

A energia terá um grande papel no cenário, já que uma simples análise na distribuição energética mundial mostra o tamanho dos nossos desafios. Atualmente, mais de 1,3 bilhão de pessoas ao redor do globo vivem sem acesso à energia, o que atrasa seu acesso às condições mais básicas. Só no Brasil, 2% dos domicílios vivem sem eletricidade, em áreas rurais ou remotas. É um panorama desafiador, mas para enfrentar essa situação é preciso levar em conta que ainda usamos muitas formas de energia poluente e não podemos simplesmente aumentar a oferta, desconsiderando o dano que isso causará.

A declaração das Nações Unidas de 2012 como Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos demonstra bem como tudo está conectado e que o acesso à eletricidade faz parte dos esforços para erradicação da pobreza. Por isso, a expectativa é que até 2030 haja uma massificação dos investimentos em fontes sustentáveis, universalização do serviço e melhorias em eficiência energética ao custo de US$ 48 bilhões ao ano.

No Brasil, a sociedade e o governo entenderam o recado, e a sustentabilidade ganhou enfoque específico da erradicação da pobreza, estimulando a preservação do meio ambiente, o acesso à energia, educação, saúde e cidadania. A ideia é desenvolver soluções que incluam e beneficiem a todos, sem desprezar o meio ambiente nem a economia. É um cenário desafiador, já que o país é o décimo maior consumidor de energia elétrica do mundo, e a demanda continuará a crescer, impondo a expansão à rede para atender a população e indústrias. Estes desafios mostram que precisamos de um amplo compromisso para o desenvolvimento sustentável. As nossas próximas iniciativas devem englobar ações sociais, econômicas e ambientais, considerando as necessidades energéticas como fator essencial ao desempenho das demais. O objetivo tem que girar em torno de uma renovação do compromisso mundial com o desenvolvimento sustentável, por meio da análise do que fizemos até agora, os erros e acertos, e os novos temas que surgiram recentemente.

2012 tem sido uma ótima oportunidade para enfrentarmos a realidade e seus desafios, compreendendo como podemos utilizar a energia e os recursos do planeta de maneira mais responsável. Não existe alternativa, nem mais tempo para postergar. Ou resolvemos agora ou legaremos um futuro de incerteza para as próximas gerações.

* Presidente da Schneider Electric Brasil

Fonte: Jornal do Brasil.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Plástico biodegradável de açúcar está pronto para escala industrial

Há mais de dez anos, a empresa PHB Industrial produz em escala piloto o Biocycle, um plástico biodegradável feito com açúcar de cana. Apesar de dominar a tecnologia para fabricar diversos produtos com o polímero e para tornar seu custo competitivo quando comparado ao do plástico convencional, a empresa ainda não conseguiu elevar sua produção a uma escala industrial.

Para Roberto Nonato, engenheiro de desenvolvimento da PHB Industrial, o caminho mais curto para levar o Biocycle ao mercado seria uma parceria com a indústria petroquímica. “Temos tentado isso há alguns anos, mas o pessoal do petróleo não costuma conversar com o pessoal do açúcar”, disse durante sua apresentação no workshop “Produção Sustentável de Biopolímeros e Outros Produtos de Base Biológica”, realizado na sede da FAPESP.

A história do Biocycle começou no início dos anos 1990, época em que a Cooperativa dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Copersucar) procurava outros produtos que pudessem ser fabricados em uma usina de açúcar que não fossem commodities.

Por meio de uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e com o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), a Copersucar conseguiu produzir o polihidroxibutirato (PHB) – um polímero da família dos polihidroxialcanoatos (PHA) com características físicas e mecânicas semelhantes às de resinas sintéticas como o polipropileno – usando apenas açúcar fermentado por bactérias naturais do gênero alcalígeno.

Em 1994, uma planta piloto foi instalada na Usina da Pedra, em Ribeirão Preto. Em 2000, foi criada a PHB Industrial e a tecnologia passou a pertencer ao Grupo Pedra Agroindustrial, de Serrana, e ao Grupo Balbo, de Sertãozinho.

Com apoio da FAPESP por meio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e auxílio de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), a empresa desenvolveu a tecnologia de produção dos pellets – pequenas pastilhas cilíndricas feitas com uma mistura de PHB e fibras naturais –, matéria-prima usada pela indústria transformadora para produzir utensílios de plástico.

“Inicialmente, nos preocupamos apenas em desenvolver o PHB e achávamos que a indústria transformadora faria o resto, mas, quando você chega com uma resina nova ao mercado, ninguém sabe como processar. Percebemos que era preciso ir além”, disse Nonato à Agência FAPESP.

A técnica de misturar PHB com fibras vegetais trouxe outra vantagem: a redução do custo. Enquanto o quilo do polipropileno custa em torno de US$ 2, o quilo do PHB sai por volta de US$ 5. “Se você mistura com pó de madeira, por exemplo, barateia o produto e dá a ele características especiais que podem ser interessantes”, explicou o engenheiro.

Diversas aplicações
O PHB é um material duro que pode ser usado na fabricação de peças injetadas e termoformadas, como tampas de frascos, canetas, brinquedos e potes de alimentos ou de cosméticos. Também pode ser aplicado na extrusão de chapas e de fibras para atender a indústria automobilística. Serve ainda para a produção de espumas que substituem o isopor.

“Desenvolvemos diversas aplicações para o polímero em cooperação com outras empresas. A indústria automobilística, por exemplo, nos procurou para testar o PHB e vimos que o polímero era viável na fabricação de peças para o interior dos carros. Mas, como ainda não temos condições de produzir em escala industrial, não conseguimos entrar no mercado”, disse Nonato.

Segundo Nonato, a empresa chegou a ter uma pequena produção industrial de painéis de trator. O produto era mais barato que o equivalente feito com plástico convencional e, ainda assim, o negócio não prosperou. “Era uma produção tão pequena para o padrão da indústria, acostumada a comprar centenas de toneladas, que acabaram desistindo por dificuldades operacionais”, disse.

Para ampliar a produção, a PHB Industrial teria de aumentar sua planta. Segundo Nonato, isso exigiria um investimento muito superior ao que uma usina de açúcar tem como meta. Seria preciso um parceiro.

Também precisaria de ajuda para dar suporte aos compradores. “É necessário ter uma equipe que vá a campo ensinar qual é a temperatura certa para processar o PHB, o tipo de forma, o tipo de rosca. O mercado é pulverizado e grande parte dele está na Europa. Somente as grandes petroquímicas teriam condições de dar esse suporte”, disse.

Enquanto no Brasil o mercado para o PHB é restrito a nichos interessados em fabricar produtos com apelo ecológico a um preço mais elevado, na Europa a busca por produtos biodegradáveis é grande, segundo Nonato. “Na Europa, a agricultura hidropônica é forte e a legislação ambiental é rígida. Usa-se muito material biodegradável em estufas”, contou.

Com o PHB, é possível fabricar braçadeiras para plantas ou tubetes para reflorestamento e depois encaminhar o resíduo plástico para estações de compostagem, onde ele é rapidamente absorvido pela natureza.

Enquanto os plásticos tradicionais levam mais de cem anos para se degradar, os produtos feitos com PHB se decompõem em torno de 12 meses e liberam apenas água e dióxido de carbono.

Além da agricultura, o material pode ser usado na fabricação de embalagens para alimentos, cosméticos e outros produtos oleosos que são de difícil reciclagem. “O mercado existe e nosso produto está pronto. O que falta é um canal para chegar ao mercado e um pouco mais de investimento”, disse.

Fonte: Agência Fapesp.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Brasil vai produzir sistemas para carro economizar combustível

Start/stop, injeção direta e direção elétrica poderão ser feitos localmente. Consumo de combustível será destaque no novo regime automotivo.

Tecnologias modernas, mas já populares em mercados maduros como os dos Estados Unidos e da Europa deverão chegar aos carros brasileiros "comuns" nos próximos cinco anos. Isso porque o novo regime automotivo, esperado para ser anunciado pelo governo na próxima quarta-feira (29), obrigará as montadoras a reduzir o consumo de combustível e, consequentemente, o nível de emissões, para pagarem menos no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

Até o fim deste ano, continuam valendo as normas que foram definidas no ano passado, que determinam um aumento de 30 pontos percentuais no IPI para carros importados de fora do Mercosul e do México, e para nacionais que não tenham, pelo menos, 65% de conteúdo regional.

Anfavea discute novo regime automotivo
Novo regime automotivo valerá de 2013 até 2017, informa governo Com o novo regime, o governo deverá abrir possibilidades de obtenção de desconto nesse imposto, como o uso de conteúdo nacional, investimento em tecnologia e, sobretudo, eficiência energética.

Entre as tecnologias que passariam a ser fabricadas em território brasileiro seriam a start/stop (que desliga o motor do carro ao parar em um semáforo, por exemplo, e religa quando o motorista pisa no acelerador), injeção direta de combustível e direção elétrica.

"Uma legislação baseada na eficiência de combustível, ou seja, na redução de emissões de CO2, é a chave de sucesso do novo regime automotivo", afirma Paulo Cardamone, diretor da consultoria IHS Global Insight, contratada pelo governo para apresentar um estudo sobre eficiência energética entregue em abril deste ano. As tendências do setor foram assunto no Simpósio SAE Brasil, que aconteceu nesta quarta-feira (22), em São Paulo.

Redução de 20% das emissões
Cardamono adianta que o estudo entregue estabeleceu uma meta de redução de 20% das emissões de CO2 até 2017. Para isso, cada montadora teria de mostrar a média de emissão máxima de 135g de CO2/km, que se equipara ao vigente hoje na Europa. Hoje, a média dos veículos nacionais novos é de 170g.

Essa média é feita considerando o portfólio (número de modelos de veículos) de cada montadora, com base na relação do chamado "foot print" por CO2. O foot print é a área quadrada que considera a bitola do carro (onde encaixa a roda) e a distância entre-eixos. Com isso, pondera-se as vendas do ano por montadora pela média de emissão.

Quem avaliaria o nível de emissões dos carros seria o Inmetro, por já possuir laboratórios específicos para calcular o consumo de combustível e o nível de emissões. "O consumidor terá essas informações claramente ao comprar o carro." "Nossa empresa entregou para o governo a melhor técnica possível, mas a decisão do governo é outra história. Ele negocia com o setor ainda", ressalta Cardamone.

Retomada de exportações
Com a chegada de novas tecnologias produzidas localmente, um novo ânimo será injetado na indústria nacional. O objetivo é gerar mais empregos e tornar o veículo nacional novamente competitivo para as exportações. "Este regime automotivo é a salvação da lavoura. Ou a gente muda ou a gente vai perder a chance de participar globalmente desta indústria", diz o diretor da IHS Global Insight.

Segundo Cardamone, um novo pacote tecnológico vai aumentar 15% de conteúdo local nos carros, o que corresponderia à geração de 20 mil empregos. Em quatro anos, US$ 14 bilhões em combustível seriam economizados.

Além da eletrificação dos carros, para ajudar a reduzir o trabalho do motor, outros investimentos em tecnologias e materiais serão feitos, como redução de peso, melhorias da eficiência do motor, da aerodinâmica e maior uso de materiais mais leves, como o alumínio.

Montadoras dizem estar preparadas
Embora as montadoras tentem forçar o governo a reduzir os impostos para compensar o aumento de custo com o uso de materiais mais modernos, elas já se dizem preparadas para trazer as novas tecnologias aos carros fabricados do Brasil. De acordo com o vice-presidente de Engenharia da General Motors América do Sul, Pedro Manuchakian, os fornecedores têm capacidade para atender esta demanda e já há investimentos previstos para até 2017. "Ainda é avaliado, não posso divulgar, por enquanto."

E nesse pacote entra também o aumento da conectividade nos carros. "Temos que fazer com que o consumidor volte a gostar de automóvel no Brasil", destaca o diretor de engenharia da Ford América do Sul, Marcio Alfonso.

Reciclagem de carros
O regime automotivo não terá incentivos para carro elétrico, mas abordará, no entanto, outro tema polêmico: a reciclagem de carros. Cardamone adianta que o programa é discutido por aumentar a escala de produção veículos. "Você tira os carros muito velhos de circulação e cria uma nova indústria, gerando empregos e renda", destaca o consultor.

O especialista destaca que não se deve confundir reciclagem com renovação de frota. "Não é uma renovação de frota pontual, estamos falando da criação de outra indústria, porque é possível reciclar plástico, vidro, cobre, cabo, entre tantos outros componentes", reforça Cardamone.

Mais sobre o novo regime
Os objetivos do novo regime automotivo, que valerá entre 2013 e 2017, são aumentar o conteúdo regional medido pelo volume de aquisições de peças e insumos estratégicos, assegurar investimentos em inovação, aumentar o valor de gastos em engenharia e tecnologia industrial básica, além de aumentar a eficiência energética dos veículos. Entre as medidas que deverão ser cumpridas pelas montadoras para se enquadrar no novo regmie e, com isso, ter direito a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), estão investir no mínimo 0,15% da receita operacional bruta em inovação em 2013, percentual que subirá para até 0,5% em 2017 e cumprir, no país, 8 de 12 etapas fabris nos veículos leves, e 10 de 14 para pesados em 2013, subindo, até 2017, para de 10 a 12 etapas (leves) e de 12 a 14 etapas (pesados).

Fonte: G1.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cientistas tentam prever futuro por meio de um simulador

O Living Earth Simulator é uma proposta que necessita de bilhões de dólares para ser concretizada

O que será que aconteceria se você tivesse um programa de computador capaz de adquirir dados de sensores localizados em todos os cantos da Terra e, em seguida, conectar estas informações em uma simulação detalhada do planeta, de uma só vez?

Se você imaginou que, com isso, poderia prever o futuro, você está no caminho certo. E os pesquisadores da União Europeia querem transformar essa possibilidade em realidade.

De acordo com o Dvice, o Living Earth Simulator é uma proposta que necessita de bilhões de dólares para ser concretizada. A ideia é passar dez anos desenvolvendo um ambiente computacional capaz de não apenas simular, como também explorar modelos de previsão para entender como é que tudo que está acontecendo no mundo se interrelaciona com o ambiente e todo o restante dos elementos, derivando conexões e correlações que nós nunca poderíamos imaginar que existissem.

Mas, para fazer uma simulação de tudo, é necessário ter acesso a grandes quantidades de dados precisos. O Living Earth Simulator necessitaria de uma rede global de sensores, tanto físicos como em forma de software, para adquirir, constantemente, os dados ambientais, tecnológicos e sócio-econômicos necessários.

Outro ponto importante é manter essa rede conectada com smartphones e outros tipos de tecnologia móvel, para que as pessoas ao redor do mundo também pudessem contribuir com dados para o projeto.

Para conseguir a verba necessária, o projeto precisará vencer quatro outros futuros projetos de tecnologia emergente, que estão tentando ganhar financiamento da Comissão Europeia. Tais projetos incluem estudos sobre o cérebro, estudos medicinais, pesquisas sobre o grafeno (substituto do silício) e uma tentativa de criar máquinas conscientes dotadas de um tecido que imita a pele humana.

Os projetos vencedores serão escolhidos no final deste ano, e os trabalhos terão início em 2013.

Fonte: Tribuna Hoje.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cientistas querem fabricar nuvens contra aquecimento global

Borrifamento de vapor de água salgada sobre os oceanos induziria a formação de nuvens espessas e brancas capazes de refletir a luz solar, impedindo que o planeta aqueça

Um grupo de especialistas em atmosfera terrestre estuda a criação de nuvens sobre oceanos como forma de combater o aquecimento global. A ideia, digna de ficção científica, vem sendo analisada há tempos, mas já pode entrar em fase de experimento, em pequena escala, segundo artigo publicado este mês no periódico científico Philosophical Transactions of the Royal Society.

Mas para que isso aconteça é preciso mais engajamento da comunidade científica, pouco simpática à proposta. Só assim será possível atrair financiamento para a realização dos testes, diz um dos autores, o físico Rob Wood, no site da Universidade de Washington.

É que a criação induzida de nuvens faz parte de um conceito mais abrangente chamado de geoengenharia, que engloba os esforços em usar a tecnologia para manipular o meio ambiente. Em geral, as propostas da geoengenharia esbarram em questões éticas e políticas ligadas às incertezas sobre os efeitos colaterais de intervenção no delicado ecossistema terrestre.

Produzindo nuvens
A teoria por trás do projeto prevê o borrifamento de vapor de água salgada sobre o mar para induzir a formação de nuvens espessas e brancas capazes de refletir a luz solar, impedindo assim que o planeta aqueça.

Barcos futuristas, monitorados por controle remoto e equipados com um sistema de "spray" gigante, seriam reponsáveis por aspergir a solução no ar. O objetivo é aumentar em 10% a reflexividade das nuvens marinhas do tipo stratus-cumulus, que são baixas, densas e cobrem pelo menos 25% dos oceanos.

No entanto, a título de experimento, o teste começaria com a instalação de um tubo gigante em um navio comum ou numa barcaça que faria o borrifamento da água salgada na altura desejada. Em seguida, uma pequena aeronave equipada com sensores analisaria as características físicas e químicas das partículas e sua dispersão.

Mais à frente, na fase final do experimento, os pesquisadores enviariam de cinco a 10 navios que se espalhariam num raio de 100 quilômetros. Dessa forma, as nuvens resultantes seriam grandes o suficiente para serem observadas por satélites.

Fonte: EXAME.com.

domingo, 26 de agosto de 2012

Alunos desenvolvem ações sustentáveis para a Copa

Ainda faltam dois anos para o início da Copa do Mundo de 2014, mas um grupo de alunos do Senac de Uberlândia já está pensando em maneiras de reduzir o impacto ambiental das toneladas de lixo que serão geradas durante o evento esportivo. José Carlos Campos e mais 19 estudantes, por exemplo, pegaram garrafas pet, lixo orgânico e terra para montar pequenas hortas sustentáveis.

O grupo também arquitetou outros planos ambientais: painéis solares no topo de estádios e um sistema de calhas e filtros para reaproveitamento de água.

Estas e outras ideias estão expostas na Segunda Mostra da Aprendizagem Comercial, que começou ontem na unidade do Senac Uberlândia, no bairro Martins, setor central. O evento reúne o trabalho de mais de 400 jovens aprendizes e é aberto a todos os públicos, com entrada franca. A exposição pode ser visitada na segunda-feira até as 16h.

A Segunda Mostra de Aprendizagem está ocorrendo conjuntamente em 34 unidades do Senac em Minas Gerais. Segundo a coordenadora pedagógica da unidade de Uberlândia, Alessandra de Faria Marques, os estudantes tiveram de desenvolver trabalhos focados no empreendedorismo para a Copa do Mundo. “A Mostra serve para mostrar como Uberlândia está preparando os profissionais para receber as pessoas em 2014”, disse.

Como a Copa do Mundo de 2014 terá como tema a sustentabilidade ambiental, os estudantes foram desafiados a montar ações ecologicamente corretas. O grupo de João Paulo Ferreira, por exemplo, utilizou monitores velhos para fazer lixeiras de coleta seletiva. “Durante a Copa, vai aumentar muito a quantidade de resíduos, por isso é importante pensar em maneiras de reutilizar o lixo”, disse.

Fonte: Correio de Uberlândia.

sábado, 25 de agosto de 2012

Tecnologia do Kinect revoluciona atividades cotidianas

Quando o Kinect veio ao mundo comercialmente, em novembro de 2010, um grupo de pesquisadores enxergou mais do que um novo videogame: viu uma oportunidade. As possibilidades do sensor de movimentos claramente poderiam ir além de apenas transformar o corpo em joystick. A Microsoft logo se deu conta disso e anunciou uma versão do hardware para Windows, abrindo a plataforma para desenvolvedores. Ou seja, tudo começou com o chamado hacking do aparelho.

Durante o ano de 2010, diversos programadores conseguiram abrir o código do Kinect e o fizeram rodar em computadores. A partir daí surgiu a possibilidade de usufruir dos sensores a laser para criar novas utilidades nunca imaginadas. Boa parte destes projetos foi parar no site http://www.kinecthacks.com/. Conheça abaixo cinco projetos inovadores utilizando a tecnologia do Kinect.

Games educativos
Uma das empresas que se encantou com o Kinect é a brasileira agência Detalhes, de Belo Horizonte, especializada em projetos para educação, que entrou a fundo na plataforma. Quando a Microsoft conheceu o trabalho criado pelos brasileiros, logo os convidou para um seleto grupo de desenvolvedores que receberam a versão para Windows antes do mercado - a versão chegou ao Brasil no início de julho deste ano.

"Começamos a notar que os joguinhos tradicionais, mesmo de videogame, estavam ficando saturados, pois os alunos tinham os mesmos em casa. Queríamos algo mais imersivo, mais abstrato do mundo real, onde eles poderiam vivenciar a experiência", conta Marcos Arrais, diretor de tecnologia da agencia.

Os sensores de movimento e voz possibilitaram um game mais atrativo para a educação. "As instituições acharam a ideia fenomenal, pois enquanto a criança joga é possível pegar informações comportamentais de cada um, de acordo com seus erros e acertos. Além disso, dá para fazer relatórios comparativos entre alunos e turmas, o professor está lidando com turmas do mesmo colégio, com crianças de mesma característica econômica, mas elas têm desempenhos diferentes. Com a análise dos dados, ele pode saber onde errou no processo", explica Arrais.

Medicina sem toque
Uma inovação muito simples pode mudar o tempo de uma cirurgia. Durante o processo cirúrgico, os médicos precisam analisar exames de imagem para tomar decisões, e cada vez que tocam em um objeto, precisam fazer uma nova esterilização.

O Kinect pode entrar nas salas cirúrgicas em televisões, assim os médicos podem passar os exames na tela ou aplicar zoom nas imagens apenas utilizando gestos, sem precisar tocar em nada. O projeto não é originário do Brasil, mas já foi adaptado para o Hospital Evangélico de Londrina. Futuramente, cirurgias por aparelhos também poderão ser controladas por gestos, ao invés dos joysticks usados hoje, sujeitos a falhas e a imprecisões.

Arqueologia
Estudantes da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram uma maneira de usar o Kinect em suas escavações arqueológicas na Jordânia. A ferramenta serve para mapear os sítios arqueológicos em 3D e substitui outra muito mais cara utilizada anteriormente, chamada LIDAR. Após captar as imagens, poderão ser feitos modelos em 3D e projetá-los em um ambiente imersivo e de realidade virtual. Além de capturar as imagens, agora os pesquisadores também podem adicionar informações sobre cada parte do espaço.

Para salvar pessoas
Na Universidade de Warwick, na cidade inglesa de Coventry, a tecnologia possibilitou a criação de um robô de resgate, desenvolvido para procurar vítimas sobre escombros em terremotos e deslizamentos. Até então, robôs com sensores a laser eram usados para esse trabalho, o que tornava os custos muito altos. Agora, os robôs poderão criar mapas 3D do local do acidente e apontar a possível localização das vítimas.

Um guia para cegos
O periférico da Microsoft está prestes a mudar a vida de deficientes visuais. Alunos da universidade de Konstanz, na Alemanha, utilizaram o console para mapear o ambiente. Com o Kinect no capacete e um laptop na mochila, os cegos poderão ter avisos sobre os obstáculos à frente. Um dispositivo preso no corpo avisa por sinais vibratórios a direção do objeto. Ainda em fase experimental, o sistema pode incluir instruções sobre como chegar a determinados locais, por exemplo.

Fonte: Terra.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Agricultor dá exemplo de sustentabilidade no semiárido

A convivência com o Semiárido pode ser uma experiência bem sucedida de desenvolvimento sustentável. Essa é a contribuição que o agricultor Luiz Pereira de Souza traz, nesta sexta-feira (24), ao programa Semiárido em Foco, promovido pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI).

Na oportunidade, Souza vai contar como ele e a família conseguiram, ainda no final da década de 70, reverter o processo de degradação de suas terras, devido a agricultura intensiva de cultivo do milho, feijão, algodão e agave, além da criação de gado.

Na programação do 8º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água da Chuva, realizado semana passada, Luiz de Souza integrou a programação, ao relatar, juntamente com outros agricultores da região, sua experiência na área de manejo e captação de água da chuva no setor rural.

O agricultor possui 35 hectares de terras no município e quando assumiu a gestão da propriedade, no final dos anos 1970, a terra se encontrava em processo de degradação pela exploração intensiva da agricultura, com o cultivo de milho, feijão, algodão e agave (Agave sisalana) e pela criação de gado.

Para interromper o avançado processo de degradação, a família do agricultor implementou uma estratégia orientada para o aumento da produção e do estoque de biomassa no sistema agropastoril, bem como para a intensificação das transferências de biomassa entre seus subsistemas. Essa estratégia foi viabilizada por meio do aumento da biodiversidade, da ampliação da capacidade de armazenamento de forragens, de água e de sementes e do emprego nos roçados de todo o esterco produzido na propriedade.

Fonte: Melhor Celular.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cidade sustentável

O modelo de desenvolvimento experimentado mundialmente nos últimos dois séculos, que atualmente encontra-se em turbulência, inviabiliza qualquer possibilidade de construção de uma agenda que tenha como centro o desenvolvimento sustentável, pois baseado na lógica do crescimento de forma ilimitada esquece-se das gerações futuras. Neste momento que este modelo passa por uma crise profunda faz-se necessário pensar um novo paradigma que atenda os princípios da sustentabilidade. O desenvolvimento local é um bom começo para novas experiências que caminhem nessa direção.

Nesse sentido, é de suma importância que a agenda dos candidatos a prefeito de Manaus contemple políticas que promovam a construção de uma cidade sustentável. Que as políticas a serem apresentadas aos eleitores não sejam meramente dados estatísticos para obter o voto, mas que possa apontar os princípios de um novo projeto para Manaus que combine economia, bem-estar social e preservação do meio ambiente. Que o novo prefeito faça uma gestão preocupada com o meio ambiente com vista a uma melhor qualidade de vida aos manauaras. Que possa ser implantado plano de resíduos sólidos, com redução, reutilização e reciclagem dos mesmos. Numa cidade como a nossa, marcada pelas enchentes, sejam criada políticas de prevenção a desastres ambientais para evitar o que se assiste todos os anos com os moradores das beiras de igarapés.

A economia do Estado do Amazonas está concentrada na cidade de Manaus. Cabe ao poder público fomentar pesquisas para estudar formas de energias limpas para atender as empresas do PIM. Uma das alternativas seria a energia solar que é muito difundida na Europa e que poderia muito bem atender as nossas demandas.

Que o município possa ser o indutor e o regulador dessas políticas. Mas será importante que a gestão possa ser participativa para ouvir as propostas apresentadas pelo movimento social antes de serem implementadas. Acreditamos que só desta forma a viabilidade de cidade sustentável logrará êxito.

Fonte: D24am.